terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

 TERRAS DE RIBA CÔA

Território que fica na margem direita do rio Côa, entre o rio e a fronteira espanhola, desde a vila do Sabugal, ao Sul, até o concelho de V.N. de Foz Côa, ao Norte.









A bacia hidrográfica do rio Côa, com cerca de 2.520 Km 2  situa-se quase integralmente na Meseta Norte, no NE da Beira, entre os afluentes do Douro: Teja  e Torto a Poente  e  Aguiar e Águeda a Nascente.O Côa, afluente principal da margem esquerda do Rio Douro, nasce na Serra da Malcata, perto dos Fóios no sítio de Lameirão  na Serra das Mesas e desagua no rio Douro perto de Vila Nova de Foz Côa. 
Corre de sul para norte ao longo de um vale profundamente encaixado e, no seu troço terminal, a respetiva bacia hidrográfica está limitada a nascente pela ribeira de Águeda e a poente pela ribeira da Teja e o Rio Torto da Bacia do Távora 

BACIA HIDROGRÁFICA DO CÔA  

Rio Côa nasce na Serra das Mesas nos arredores da Reserva Natural da Malcata, a uma altitude de  1175 m a 200 metros da fronteira com a Espanha e depois de percorrer uns bons 135 KM no sentido Sul / Norte encontra o Rio Douro à cota de  130 m. Fazendo umas contas por alto desce cerca de 80 cm por quilómetro mais ou menos um declive (se fosse constante) de 7,5%

Pormenor

Entre a Nascente e a Barragem do  Sabugal, cerca de 15 Km, o desnível é muito acentuado, 407 metros. E entre o Sabugal e a Foz, o desnível é de 630 metros para cerca de 120 KM.
O Côa percorre a zona raiana do distrito da Guarda, as terras de Riba-Côa.3 cidades: Sabugal, Pinhel e Mêda e 3 vilas: Almeida, Castelo Rodrigo e Vila Nova de Foz Côa.

RIO CÔA SEUS AFLUENTES E SUB-AFLUENTES








    

1 - Ponte Ferroviária Foz do Côa, Linha do Douro   2 –Vila Nova de Foz Coa - Castelo Melhor N222

3 –Cidadelhe  -  Vale de Afonsinho CM607               4 –Ponte  Pinhel - Castelo Rodrigo N221

5 –Ponte Velha, Ruínas, Vale de Madeira - Reigada   6. –Ponte Grande Almeida N340

7. –Ponte São Roque Guarda Vilar Formoso N16      8.– Ponte São Roque A25 Aveiro Vilar Formoso

9. —Ponte Ferroviária (Linha da Beira Alta)              10.– Poldras Porto de Ovelha (rural) 

11 -- Porto de Ovelha  -Malhada Sorda                       12 –Ponte de Sequeiros 

13 –Seixo do Côa –Valongo M536                              14.-Ponte Rapoula -Ruvina M537 

15.-Pêga-Sabugal N233                                                16 –Ponte Sabugal

Registo fotográfico de cada uma das pontes sobre o álveo do Rio Cõa ao longo dos seus  135 Km. 
Começamos pela foz, com a ponte ferroviária da Linha do Douro 1887, que chegava a Barca de Alva e depois seguia para Salamanca.




 



PONTES DO RIO CÔA NO CONCELHO  DE ALMEIDA 



6 - Ponte em granito da região, construída no século XVII, sob responsabilidade do engenheiro militar David Álvares,  de 3 arcos abatidos entre talhamares, dois a montante e dois a jusante

 

Cruzeiro de granito erguido sobre um barroco a montante da ponte, memorial da sangrenta e heróica batalha da III Invasão Francesa, travada no local a 25 de Julho de 1810,


7 - Ponte Nova  - Almeida  -  Vila Franca das Naves N340

 

8 - Pontão da Junça (7 e 8 próximas de Castelo Bom, Almeida)


9 - Ponte de São Roque





No último tramo da Linha da Beira Alta, Guarda-Vilar Formoso, o comboio acompanha a Ribeira do Noémi pela margem esquerda e pouco depois do Rochoso, quase a chegar à Cerdeira, pula para a margem direita por um pequeno pontão de ferro a caminho de Castelo Mendo onde salta para a margem esquerda pela Ponte do Engenho ou do Jardo e, meio quilómetro mais a jusante, atravessa o Rio Côa a caminho de Vilar Formoso.
Neste último tramo foram levantadas 3 Pontes sendo 2 sobre o Noémi.
Pontão do Rochoso para a margem direita da Ribeira do Noémi.
Ponte de alvenaria e ferro (1882) do Jardo ou do Engenho (fábrica de lanifícios) ou ainda do Paraizal com 90 metros de comprimento.    
... e a terceira  ... Ponte Ferroviária sobre o Rio Côa.
 
9 - Ponte Ferroviária (Rio Côa, Almeida)


9.1. - Ponte Ferroviária de alvenaria sobre o Côa (1948) Linha da Beira Alta. 
Por detrás ainda se podem ver alguns pilares de ferro da primitiva ponte (1882).
Entre 1882 e 1948 
À esquerda os restos da ponte construída em 1882  com arco de apoio na colina e sapatas onde assentavam os pilares de ferro. 
À direita perfil da Ponte inaugurada em 1948. 
Curiosamente, os naturais das redondezas, ainda hoje chamam a esta ponte a “Ponte de Ferro” em memória da primitiva que nunca foi esquecida.


Pontão ferroviário do Rochoso sobre a Ribeira do Noémi.

Ponte Ferroviária do Engenho ou do Jardo sobre a Ribeira do Noémi.



Linha do Douro (1882) 

Na confluência dos dois rios (Côa e Douro) levanta-se esta ponte de ferro (herdada da via férrea Pocinho - Barca d’Alva,) e que se atribui â Casa  Eiffel.

Este tramo - Pocinho  - Barca de Alva - está desactivado desde 18 de Outubro de 1988.

 

 

 

11 - Ponte Nova de Porto de Ovelha - Malhada Sorda

12 - Ponte da Miuzela - Badamalos 




Ponte de Sequeiros, considerada por muitos entendidos como a ponte mais bela de Portugal
É uma obra prima da engenharia medieval, situada no concelho do Sabugal e faz fronteira com o Concelho de Almeida, fica na área de 3 freguesias: Seixo do Côa, Valongo (Sabugal) e Badamalos (Almeida) é um dos dois únicos exemplares de pontes fortificadas que subsistem em território português, correspondendo o outro à ponte de Ucanha, Tarouca.
Esta ponte, à época, (1) uma das poucas pontes sobre o Côa, era local de pagamento de portagem sendo a sua cobrança assegurada por uma pequena guarnição instalada na torre.

(1) - Ponte Medieval , serviria de posto militar fronteiriço entre Leão e Portugal até à assinatura do Tratado de Alcanizes em 1297  data em que as terras de Riba-Cõa passaram para a coros  portuguesa e o Rio Côa deixou de ser fronteira entre Portugal  e Leão.

 

 




13 SEIXO  -  VALONGO (Ponte M 536)


 Ao longo dos 135 Km multiplicam-se outras formas de atravessamento do Côa desde, poldras, pontões, açudes, .barragens até vaus, simples passagens pedonais quando o nível das águas o permite e que o Homem desde sempre usou para atravessar linhas de água.
Também não é de admirar pois o Rio Côa tem largas dezenas de afluentes e sub-afluentes.


14 RAPOULA - RUVINA Ponte M 5367

 


 









Ponte do Sabugal - Desenho de Duarte D'Armas 1510 - Livro das Fortalezas


MARGEM ESQUERDA


1  Ribeira dos Piscos

     2  Ribeira de Massueime

3  Ribeira das Cabras

        3.1  Ribeira de Pêga

4  Ribeira do Noémi

5  Ribeira de Valongo

 6  Ribeira do Cró

 

 

 

MARGEM DIREITA

 7  Ribeira da Nave

8 Ribeira do Cesarão (1)

8.1  Ribeira de Alfaiates

(1) Ribeira de Forcalhos, Ribeira de Aldeia da Ponte, Ribeira de Vilar Maior, Ribeira de Alfaiates , afluentes e  nome atribuído em cada  povoação por onde passa

 


Afluente da margem esquerda do Rio Côa nasce a NE da Guarda, bem perto da cidade e depois percorrer mais 4 concelhos: Trancoso, Pinhel, Meda e Vila Nova de Foz Côa, e 80 km depois chega ao Rio Côa.
È uma ribeira com dezenas de linhas de água onde se multiplicam pontes, poldras, pontões, açudes,…. aliás o que acontece com todas as outras linhas de água da Bacia do  Côa e que aqui damos uma pequena amostra. 


Na Guarda nascem 3 ribeiras afluentes do Côa: Diz, Noémi e Massueime.
O Diz nasce a NO da Guarda e  perto da Gata abraça o Noémi que nasce em Vale de Estrela a SO da Guarda. Ambos seguem no sentido de Leste para o Côa.
A Ribeira de Massueieme nasce a NE da Guarda corre de Sul para Norte até chegar ao Côa. 

RIBEIRA DE PISCOS

Ponte de Longroiva  (Ribeira de Centieiro) Mêda (A 1 KM a Sul da EN 331). 
Longroiva Ponte do Concelho (Ribeira da Concelho N102 Mêda

RIBEIRA DE MASSUEIME 

 Quatro pontes: dos Carvalhais, de Cerejo, Pedrinha e Avelâs da Ribeira



RIBEIRA de MARIALVA (afluente de Massueime)

Ponte da Ribeira Marialva, afluente de Ramila e este afluente do Massueime

Ribeira do Porquinho afluente da Massueime, duas pontes:
- Ponte de Valbom e Ponte de Souro Pires

Ponte de Valbom Ponte, século XIII.  
Ponte de granito com um único arco de volta perfeita - EM 595


Ponte de Souro Pires - EN 226EN
226
Afluentes do Rio Massueime: 
Ribeira dos Cótimos - Ponte dos Cótimos 
Ribeira das Moiras. - Ponte de Cogula

Ponte romana de tabuleiro plano, formando dois vãos rectos, assentes em pontões e em mísulas,um deles protegido por talhamar prismático.


RIBA CÔA - LIGAÇÕES ENTRE MARGENS 

Algumas pontes podem ter origem romana, como a de Alfaiates (já desaparecida), a do Sabugal e a de Aldeia da Ponte.
Outras serão de época medieval e moderna, como a de Vilar Maior e a de Sequeiros (única pelo seu torreão construído no séc. XVII, e que foi assente no local de passagem de uma via romana sobre o Côa).
Finalmente as outras são do século XIX e XX e facilmente identificáveis

Desde os tempos mais remotos que a mobilidade era travada pelos mais variados obstáculos naturais em que o rio aparecia nos primeiros lugares. 
Onde fosse possível a passagem era vau com os pés ou animais a atravessarem quando a água era baixa e a isso o permitisse. 
O engenho do homem começou por resolver esse obstáculo fazendo um fileira de pedras, grandes e pesadas, para que a corrente invernosa as não levasse  … eram as poldras …. e assim se alcançava a outra margem. 
Mais adiante o Homem engenhou novo tipo de passagem. 
Pedras pesadas a fazerem as fundações e lajes maiores por cima eram os pontões construções bem mais elaboradas.  Procuravam-se os sítios mais estreitos mas quando isso não era possível construíam-se em sítios mais largos por vezes com mais de 100 metros.

 AS PONTES MAIS INTERESSANTES DE RIBACÔA 

Ponte sobre o Rio Aguiar—Figueira de Castelo Rodrigo
Ponte de Aldeia da Ponte  Sabugal
Ponte de Sequeiros Badamalos / Vale Longo, Sabugal
Ponte Romana/Medieval sobre o  Rio Cesarão. 
Ponte de Vilar Maior, Sabugal
Ponte Romana de Longroiva, Mêda (Rio dos Piscos)

PONTE DE SEQUEIROS  

Situada nas proximidades de Vale Longo, sítio de Sequeiros, faz a travessia sobre o Rio Côa numa área de vale um pouco cavado.
Ponte em alvenaria de cantaria de granito com aparelho regular, suportada por três arcos, em que o central é mais largo e alto. 
Os arcos são acompanhados pelo tabuleiro que se apresenta rampeado, fazendo ângulo ao centro. Tem de comprimento cerca de 65m e de largura, entre guardas, cerca de 4,5m.
O tabuleiro encontra-se a cerca de 20m do rio, está protegido por paralelepípedos de granito com cerca de 0,30m de espessura.
Dos lados dos pegões encontram-se dois robustos e enormes talhamares de perfil triangular, sendo a jusante rectangulares, com degraus escalonados, que poderão servir de reforço estrutural para cheias de maior intensidade e consequente maior velocidade das águas do rio.
O seu pavimento é lajeado, tendo continuidade nos acessos, acompanhando as rampas, que no topo do arco central formam uma superfície ligeiramente abatida e preenchida com saibro.
No acesso da margem direita está uma torre arruinada de que restam as paredes e dois arcos de acesso em grossa alvenaria de granito, que indicia que ter sido esta uma ponte fortificada ou com portagem.
Até ao século XIV a fronteira com o reino de Leão era delimitada pelo rio Côa e apesar de se apontar a sua construção para finais da primeira metade do século XV esta ponte poderá ter funcionado como parte do dispositivo militar que em finais da Idade Média permitia regionalmente o controle fronteiriço de pessoas e bens. 
(JAM)
Tabuleiro rampante de três arcos  de volta perfeita com torre de planta quadrada do lado E do tabuleiro.
Local Perto da Regada dos Fourais, perto de Vale Longo, entre as Freguesias da Miuzela e  de Badamalos. do Concelho do Sabugal.
Funcionava como marcação de portagem entre as duas margens do Côa. Na zona S. do Riba Côa, a travessia daquele rio era facilitada pela existência de duas pontes medievais: a antiga ponte do Sabugal, representada num dos desenhos do castelo, de Duarte de Armas, possuindo nas suas proximidades e do caminho que descia da porta do Muro para a ponte, um cruzeiro e um pequeno altar, e a ponte de Sequeiros.
A Ponte faz a separação das freguesias de Miuzela e Vale Longo.

 


APONTAMENTO SOBRE A PONTE ROMANA DE LONGROIVA
Ponte romana, de arco pleno; parapeito em cantaria; tabuleiro plano; pavimento lajeado; continuidade em calçada. Integra uma via romana.Situa-se sobre um afluente do rio Côa, a ribeira dos Piscos, no lugar da Coitada, entre o lugar de Relva e de Longroiva, a cerca de 2 quilómetros de cada uma destas últimas localidades.
Encontrar-se-á no hipotético traçado de uma via romana entre São João da Pesqueira passando por Penedono e Longroiva, eventual Langóbriga romana, em direcção a Marialva, a Civitas Aravorum.
Por volta de 1971 foi desafectada do tráfego rodoviário sendo, quase paralelamente, construída uma nova travessia.
Ponte de arco único que arranca de ambas as margens, que se afigura no alçado cortado pelo parapeito que lhe serve para ganhar maior largura, ultrapassando o seu extradorso a tangente do tabuleiro plano, com cerca de 20m de extensão.
O arco é constituído por aduelas regulares e uniformes, dispostas em cunha que dão um ar robusto à edificação. A construção remanescente é em alvenaria de pedra onde se destaca o já referido detalhe do parapeito e das guardas constituídas por grandes blocos paralelepípedos, sendo o pavimento do tabuleiro em lajes de pedra continuando para ambos os lados a calçada.
Supõe-se que o alargamento do tabuleiro se terá efectuado numa fase posterior. 
Também o aspecto actual da envolvente não beneficia a leitura arquitectónica do monumento, supondo-se mesmo que o assoreamento do ribeiro terá coberto o arranque dos arcos, alterando a imagem e configuração desta ponte. 
Encontra-se em mau estado de conservação.
Novo Passadiço paralelo para acesso à N 102 

 

PATRIMÓNIO POPULAR

Poldras Cada uma das pedras formando uma passagem pedonal sobre o leito de um ribeiro, riacho, arroio, regato. 
Chancas -linguagem local referindo-se a poldras. 
Pontões -Pontes rurais com tabuleiro. 
Passadiços -Passagens primitivas. 
Açudes -Represas para estancar ou desviar águas dos rios para rega ou azenhas









 


 






ALDEIA DA PONTE

 Ponte romana de arco, provavelmente remodelada na época medieval, de três arcos de volta perfeita e talhamares, com tabuleiro rampante facetado, pavimento lajeado. 
Os talhamares não são perpendiculares ao eixo dos arcos, adaptando-se à curvatura da via fluvial. Cantaria de aparelho irregular, de fraca qualidade. Parapeito metálico.
Ausência de continuidade em calçada

 

  







 








 TERRAS DE RIBA CÔA Território que fica na margem direita do rio Côa, entre o rio e a fronteira espanhola, desde a vila do Sabugal, ao Sul, ...